Ao ler pela primeira vez a obra As Flores do Mal” de Charles Baudelaire, os belos poemas marcaram-me. Todavia, chamou minha atenção a exagerada dedicatória ao poeta Théophile Gautier, como se esse fosse maior que o autor. A história e a própria literatura comprovaram o contrário. Um detalhe permaneceu em meu cérebro: a expressão “Flores doentias”! Gostei muito dela.

Passadas três décadas, recebi o convite do jornalista e grande amigo, João Leonel, para publicar uma coluna num dos jornais da cidade de Fernandópolis. Aceitei de imediato. Qual o nome para ela? Não hesitei, batizei-a com a expressão que me impactou. Não me perguntem a razão. Exatamente não sei. No entanto, sinto seu significado. Basta.

Por insistência de meu querido amigo e primo (não sei a ordem), Paulo Eduardo, relutei, mas aceitei transformar os textos do periódico num “Blog”.  Qual o propósito? Aumentar o alcance das leituras; produzir admiradores ou inimigos; sobretudo, propiciar, a mim e a aqueles que queiram oportunidade de reflexão.

Caros leitores recebam, portanto, minhas Flores Doentias

Galeria de fotos: Flores Doentias

Espinhos do Zé...

13/04/2014 13:28
O brilhante Luis da Câmara Cascudo (1898-1986) dedicou sua vida ao estudo, a compreensão e a definição de cultura, no sentido de propiciar aos brasileiros sua identidade. Portanto, apresentar uma explicação pode soar como uma prática herética. Todavia, perdoem-me, farei. Podemos entender cultura...
13/04/2014 13:25
O lamento do velho blues, rural e acústico, encontrou eco em “Sweet home  Chicago”. Terra dos ventos - abraçou-o e eletrificou-o. Nas guitarras e nas vozes de Elmore James, John Lee Hooker, Howling Wolf e, sobretudo o genial Muddy Waters: “My home is a delta”... Este  cunhou o “ser...
13/04/2014 13:20
Em 1977 li “Metamorfose” pela primeira vez. Naquele momento não imaginava o significado e o peso da obra deixada para a humanidade. Foi impactante e decisivo para escolhas e projetos pessoais, para minha formação intelectual. Não o sabia para o mundo. Nietzsche afirmara que Dostoievski fora o...
13/04/2014 13:16
De volta ao lar, o velho blues fora merecidamente reverenciado pelos britânicos. Muddy Waters e Willie Dixon foram recebidos como celebridades na Inglaterra. O negro blues era desde então uma realidade sonora entre os brancos. A cena do rock vivia grande efervescência: Jimi Hendrix, Janis Joplin,...
13/04/2014 13:12
“Quanto mais conheço os ditadores, mais eu amo meu cachorro” bradou o bardo Zé Geraldo. Entendo e corroboro. Todavia, penso além: meus cães não se comparam com ditadores. Esses trastes indignos não merecem analogias. Meus cães são supra-humanos. Não são “pets”; são cães. Adoráveis criaturas com as...
13/04/2014 13:06
O belo filme de Terence Malick “Árvore da Vida” trata de forma incomum um tema caro: a graça de existir. Exige muito cuidado para apreender a questão. Pode-se incorrer num réles pieguismo. Todavia, posta a questão filosófica, metafisicamente, teremos uma dimensão adequada e oportuna. Não se trata...
13/04/2014 12:49
Durante o final dos anos sessenta e inicio dos setenta era comum ouvir a seguinte citação: “Sou marxista. Tendência Grouxo”. Evidentemente uma brincadeira aludindo ao brilhante artista da trindade “irmãos Marx”. A razão disso residia na propalada desilusão com o marxismo, no sentido de que a teoria...
13/04/2014 12:46
Plano geral. Deserto do Mojave. Sol trucidante. Aridez. Última gota d’água no sujo cantil. Travis caminha. (Para onde?) Um aburtre observa. Tomada digna de John Ford. Ao fundo, um blues cortante de Ry Coooder. Essa sequência do filme “Paris/Texas” de Wins Wenders marcou-me. Fez-me sangrar...
13/04/2014 12:37
Ao receber um Oscar honorário em 1990, Akira Kurosawa, um dos maiores mestres do cinema japonês, afirmara: “ Dediquei minha vida toda ao cinema. Agora me pergunto: O que é o cinema?”.           Não ouso responder uma indagação do gênio nipônico. Todavia,...
13/04/2014 12:18
O publicitário e, autointitulado, filósofo popular Carlito Maia (1924-2002) dissera em sua coluna semanal na Folha de São Paulo que o verdadeiro símbolo do natal não era Papai Noel, pois esse se preocupava apenas em presentear àqueles que tinham acesso ao consumo, esquecendo-se dos excluídos...
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