Vale tudo

26/08/2016 01:12

 

No dia dezesseis de agosto foi oficialmente aberta a campanha eleitoral para as eleições municipais. Após a tentativa de nosso honrado Congresso regulamentar o repasse de financiamento empresarial, o mesmo foi vetado pela Presidente Dilma Rousseff e também barrado por decisão do Supremo Tribunal Federal. Ai foi preciso apelar para o tal jeitinho brasileiro, e nossos ilustres parlamentares triplicaram o valor do Fundo Partidário, que repassa verbas públicas para o financiamento das campanhas.

A intenção é coibir malfadado caixa 2 e as despesas não declaradas das campanhas à Justiça Eleitoral, e, para este pleito, os candidatos só poderão receber doações de pessoas físicas. Ocorre que o STF não limitou esse tipo de donativo, que nas eleições de 2014 teve apenas 5% de doações – e como não se altera consciência como se troca de roupa –, há a possibilidade concreta de que partidos políticos e candidatos apresentem expressivas listas de doações de pessoas físicas para campanha em curso. O atual ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, “cantou a bola” dizendo que com isso vai ser montado o maior “laranjal” –referindo-se às pessoas que aceitam  remuneração ou favor para emprestar seu nome e dados para camuflar práticas ilícitas (leia-se: lavagem de dinheiro).

 “Voto não tem preço, mas sim consequências. Uma pessoa que pode servir de laranja e ganhar R$100,00, por exemplo. Aí ela elege um político corrupto e ele vai desviar recursos da saúde, da educação, do saneamento básico, justamente para cobrir seus gastos de campanha. Por isso é preciso que a população tenha consciência e conhecimento, uma vez que as consequências são nefastas para todos”, esta foi a precisa afirmação do secretário-geral da Associação dos Juízes Federais, Roberto Veloso.

Há os que acreditam que a Lava Jato e o Moro acabaram com a corrupção. Cevem acreditar também em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e afins.

Enquanto isso, na corrida por votos, o vale-tudo corre à solta: de promessa por cargos e empregos à casa própria, passando pelo pagamento de contas de água e luz e outras coisinha mais. O povo, que não é bobo (?), promete voto, se vende ou aceita favores, recebe os  caraminguás, mas vota em quem bem entende; acredita com isso que está fazendo a sua parte. Ledo engano, quem convive e aceita a corrupção não é vitima é cúmplice!