Tripalium
Mal clareava o dia, já está de pé, na labuta. Um café rápido e pobre, às pressas. Saía.
Rotina intensa, extenuante, física e mentalmente.
Almoço? Nem pensar. Engolir qualquer coisinha, sem muitos nutrientes e pronto.
Voltar ao trabalho!
Até a noite aparecer, essa era a rotina cotidiana.
Sem feriados, sem descanso, “sem teogonia”. Afinal, é um escravo.
Nessa condição, recebendo a mísera remuneração de trinta e três mil reais por mês, como sobreviver?
Enquanto sofre no labor, pensa: - Com a essa ínfima remuneração, como poderei realizar o casamento de minha filha no “Castelo de Caras”? Como poderei comprar para o meu filho o Bugatti igual ao do Cristiano Ronaldo? Não posso comprar as jóias como as da mulher do Sergio Cabral para a minha patroa?
-E eu? Como fico? Escravo, não posso usufruir de pequenos luxos com essa merreca que ganho?
Que vida triste, dura e injusta?
Trinta e Três mil reais por mês!
Sou um escravo?
Essa fábula pode ilustrar muito bem o comentário indignado da “nobre” ministra. Mais rico e valoroso por tratar-se de uma mulher negra.
Dá a dimensão da ética, da “honestidade, honradez e ó pro seis...”.
É a cara do novo Brasil de Temer e seus aliados.
Parabéns golpistas, batedores de panela.
Estamos no clima da moralidade bradada por vós.