Os ratos já estão na sala de jantar.

14/11/2017 08:25

Campanhas difamatórias, perseguições políticas, agressões físicas e morais. Comícios, congressos, passeatas. Tudo bancado pelo dinheiro das elites econômicas, reacionários e prebostes do grande capital, em nome do combate ao “perigo vermelho”.

Em seguida, pegam os judeus “para exemplo”. Perseguem. Predem. Matam.

Todavia, o início deu-se por meio de uma sórdida e “engraçada” campanha difamatória. Sim, aparentemente engraçada. Ridicularizando-os, por meio de desenhos e figuras esdrúxulas.

A história da gênese do nazismo em nada difere do famigerado MBL: passeatas, “bateção” de panelas, histeria e pregação pseudo-moral.

Nas entrelinhas começa-se a explicitar a sombra cinzenta, malfada, da agourenta quimera: o mesmo discurso moralista e maniqueísta de responsabilização daqueles que são diferentes, que pensam, e, pensam diferente.

A não aceitação de críticas e posições contrárias são negadas com práticas cínicas e calhordas de conteúdo nulo e vazio. Apenas palavras de ordem; de uma ordem autoritária e espúria.

São os donos da verdade.

Sexta-feira, à noite, minha mulher estava no computador. Havia acessado o facebook. Nele havia uma postagem de uma imbecil – chama-la de mulher é ofender o gênero -, a qual bradava contra uma bandeira com circunferência vermelha, ao lado da bandeira brasileira. A idiota externava sua indignação, quanto ao desrespeito ao pavilhão nacional. Alegava que haviam transformado a cor original (azul) em vermelho. Era o “perigo vermelho”.

Detalhe: a bandeira em questão era a japonesa, postada ao lado da brasileira, numa arte que se referia a um evento Brasil-Japão.

Em outras palavras: deveria existir um limite para a burrice. Não há. Como essa espécie, há muitas e muitos.

Não considero isso risível. É preocupante. A exacerbação das neuroses, de busca de inimigos e culpados entre aqueles que discordam do “coro dos contentes”, chegou ao grau do insuportável.

Hoje, sábado (11.11), li na Folha de São Paulo que o MBL fará congresso, cujo tema é a defesa da moral e dos bons costumes. Esse ranço nos remete diretamente ao AI-5, às ditaduras na América Latina, fascismo, nazismo e afins.

Não gratuito, esses mesmos vermes estão a defender um modelo econômico nos moldes das ditaduras tropicais: extermínio de direitos e defesa intransigente do capital, em detrimento do humano.

Exagero?

No site do UOL, Leonardo Sakamoto, listou há algum tempo, na verdade pouco antes do golpe de Temer e PSDB, dez coisas absurdas que poderiam acontecer. Dentre elas, a revogação da “Lei Aurea” e a proibição do voto feminino. Somente essa última ainda não ocorreu. A volta da escravidão está consagrada não só na “reforma trabalhista”, como também na reconfiguração do conceito de trabalho escravo, imposta pelos ruralistas.

Então voltemos a Nietzsche!

O que é a moral?