Morre um Astro. As Perdas e os Danos continuam.
Meu propósito era escrever acerca dos trinta e cinco anos da morte da atriz e estrela Grace Kelly, completados em 14/09, de forma irônica, num acidente automobilístico, na mesma estrada em que filmara “ladrão de Casaca” de Alfred Hitchcock, contracenando com Cary Grant.
Musa de Hitchcock, Grace Kelly encantava pela beleza estonteante e a firmeza na atuação. Lindíssima, é fácil compreender a razão de encantar o “Mestre do Medo”, também filmara para diretores como John Ford, Charles Vidor, George Seaton.
Oscar de atriz principal por “Amar é sofrer”; Oscar de atriz coadjuvante por “Mogambo”.
Conheceu o príncipe Rainier, apaixonou-se. Casou-se. Virou princesa de Mônaco.
Afastou-se do cinema. Deixou Hitch na mão.
O charme, a beleza, o ícone, permaneceram.
A lembrança de sua trágica morte, com apenas cinquenta e dois anos, deixam tristeza e amargor da certeza de que, uma era mítica do cinema está a se esvair.
Era meu intento dedicar uma coluna a bela Grace Kelly. Todavia, em conversa telefônica com meu fraterno amigo Ari, fui informado de outra perda: Harry Dean Stanton.
Esse ator me é afetivamente marcado, na medida em que protagonizou um dos filmes da minha: “Paris, Texas”.
Sua atuação naturalista, seu jeito singular de se portar diante das câmeras, não se modificaram, nem perderam a força com o passar dos anos.
Harry também foi um ator de grandes diretores: San Peckinpah, Wim Wenders, Alex Cox e David Lynch.
Suas atuações e seu rosto ficarão marcados com símbolo de integridade e força da mesma era que se esvai e também levou a bela Grace.
Que lejos estoy del suelo
Donde he nacido.
Inmensa nostalgia
Invade mi pensamiento.
Y al verme tan solo y triste
Cual hoja el viento.
Quisiera llorar
,Quisiera morir
De sentimiento.
Oh! tierra del sol
Suspiro por verte.
Ahora que lejos
Yo vivo sin luz.
Sin amor.
Y al verme
Tan solo y triste
Cual hoja el viento
Quisiera llorar,
Quisiera morir
De sentimiento.
Cancion Mixteca. Miguel Aceves Mejía, in “Paris, Texas”
Para ti, Harry.