Morre um Astro. As Perdas e os Danos continuam.

27/09/2017 09:09

Meu propósito era escrever acerca dos trinta e cinco anos da morte da atriz e estrela Grace Kelly, completados em 14/09, de forma irônica, num acidente automobilístico, na mesma estrada em que filmara “ladrão de Casaca” de Alfred Hitchcock, contracenando com Cary Grant.

Musa de Hitchcock, Grace Kelly encantava pela beleza estonteante e a firmeza na atuação. Lindíssima, é fácil compreender a razão de encantar o “Mestre do Medo”, também filmara para diretores como John Ford, Charles Vidor, George Seaton.

Oscar de atriz principal por “Amar é sofrer”; Oscar de atriz coadjuvante por “Mogambo”.

Conheceu o príncipe Rainier, apaixonou-se. Casou-se. Virou princesa de Mônaco.

Afastou-se do cinema. Deixou Hitch na mão.

O charme, a beleza, o ícone, permaneceram.

A lembrança de sua trágica morte, com apenas cinquenta e dois anos, deixam tristeza e amargor da certeza de que, uma era mítica do cinema está a se esvair.

Era meu intento dedicar uma coluna a bela Grace Kelly. Todavia, em conversa telefônica com meu fraterno amigo Ari, fui informado de outra perda: Harry Dean Stanton.

Esse ator me é afetivamente marcado, na medida em que protagonizou um dos filmes da minha: “Paris, Texas”.

Sua atuação naturalista, seu jeito singular de se portar diante das câmeras, não se modificaram, nem perderam a força com o passar dos anos.

Harry também foi um ator de grandes diretores: San Peckinpah, Wim Wenders, Alex Cox e David Lynch.

Suas atuações e seu rosto ficarão marcados com símbolo de integridade e força da mesma era que se esvai e também levou a bela Grace.

 

Que lejos estoy del suelo

Donde he nacido.

Inmensa nostalgia

Invade mi pensamiento.

Y al verme tan solo y triste

Cual hoja el viento.

Quisiera llorar

,Quisiera morir

De sentimiento.

 

Oh! tierra del sol

Suspiro por verte.

Ahora que lejos

Yo vivo sin luz.

Sin amor.

Y al verme

Tan solo y triste

Cual hoja el viento

Quisiera llorar,

Quisiera morir

De sentimiento.

 Cancion Mixteca. Miguel Aceves Mejía, in “Paris, Texas”

 

Para ti, Harry.