Estreia

04/03/2016 00:26

A edição do caderno Cultura! de hoje vem com a publicação de um conto de minha autoria. Este é um projeto acalentado há muito tempo, muito antes de ser convidada a publicar artigos e crônicas para o jornal.

Escrever histórias sobre a vida e o cotidiano de pessoas, de todos os tempos e lugares, que pelo fato de terem nascido mulheres carregam as limitações do estigma, da intolerância e do preconceito, é uma forma de fazer com que as pessoas reflitam acerca de uma realidade que necessita ser alterada. Vivemos no século vinte e um, mas com a mentalidade e a moral de séculos passados.

A gestação desse primeiro conto envolveu dois longos meses de pesquisa.

Indagações, inquietações, aflições.

Muita transpiração. Inspiração.

Madrugadas de leitura e insônia.

Sonhos. Divagações.

Processo criativo intercalado (quando não interrompido): almoço para (ou por) fazer; roupas para lavar; casa para limpar. Trabalho nas duas escolas.  Seres para cuidar: filhos, marido, cachorros.

Costumo dizer, apenas por brincadeira, que em alguns momentos gostaria de poder voltar no tempo e impedir que a primeira feminista queimasse o sutiã; afinal elas iniciaram um movimento que nos emancipou e que nos proporcionou participar ativamente como trabalhadoras, cidadãs, consumidoras, mas, principalmente na sociedade paternalista e machista em que vivemos, não emancipou as consciências. Inúmeras mulheres têm dupla ou tripla jornada de trabalho, em muitos cargos ganham menos que os homens. Isso para ficar só na questão do emprego.

O legado dessa emancipação ainda carece de longo percurso. Nannerl, título do conto, é minha opção para provocar a reflexão e promover a sensibilização, que se faz através da escrita. Não se trata de feminismo, é pura e simplesmente uma questão de humanismo.

Apreciem-no!